Conheça as diferenças básicas entre o concreto com polímero e o concreto convencional, além dos benefícios que este produto oferece
O que caracteriza o concreto para ser polimérico? A adição de um polímero? Seguindo esta linha de raciocínio, um concreto aditivado seria um concreto polimérico?
Sabe-se que em alguns aditivos o polímero é um dos seus componentes, mas a sua adição apenas modifica algumas propriedades do cimento e, conseqüentemente, do concreto. Neste caso, o aditivo não substitui o cimento no traço, apenas pode reduzir a quantidade de água.
No artigo "Polímeros em Concreto", os autores Cláudio de Souza Kazmierczak e Jane Gorninski (Ibracon) descrevem que no concreto modificado com polímero o cimento Portland é substituído parcialmente por uma resina que vai polimerizar com auxílio de aditivos.
As resinas poliéster, epóxi, vinílicas, fenólicas e o metilmetacrilato, derivadas do petróleo, são utilizadas como aglomerante, apresentam boa resistência química, especialmente aos meios ácidos e irá adquirir características flexíveis, algo que o concreto convencional ou com aditivos não possui.
Para compreender melhor os termos químicos presentes neste artigo, precisa-se esclarecer alguns conceitos. Afinal, o que é um polímero?
Polímeros são produzidos a partir de moléculas orgânicas (monômero – do grego mono=um + mero=parte) que se combinam para formar estruturas mais complexas através de um processo chamado polimerização. Daí o nome polímero (poli=muitos + mero).
Para Steinberg (1973) e Tezuka (1988) , o concreto de cimento Portland e polímero é uma pré-mistura da pasta de cimento e agregados na qual um monômero é adicionado durante a etapa de mistura. Ou seja, este concreto é um material cujo aglomerante é formado por dois componentes ativos – cimento Portland e uma dispersão polimérica em água, como o látex SBR ou uma emulsão de éster poliacrílico. Segundo os autores, as propriedades dependem significativamente da compatibilidade entre estes dois produtos.
A seguir, as vantagens do concreto modificado com polímero, segundo relatório do ACI –American Concrete Institute:
- Elevada aderência nos pontos de ligamento entre um concreto pré-existente e um concreto novo, nos casos de recuperação estrutural;
- Resistência química e à abrasão (tráfego de pedestres);
- Resistência à flexão e tração;
- Permeabilidade e módulo de elasticidade reduzido;
- Excelente propriedade dielétrica;
- Baixa porosidade e absorção de água;
- Resistência a gelo/degelo.
No processo natural de hidratação do cimento, o polímero adiciona uma modificação no processo de aglutinação (união). Durante o "endurecimento" do concreto, formam-se pequenos espaços entre os grãos dos agregados. Estes vazios, permitem a penetração da água, danificando a estrutura em condições de gelo/degelo. Partículas aglutinantes do polímero, preenchem estes espaços, tornando o concreto menos permeável, protegendo-o contra o efeito gelo/degelo.
As vantagens são inúmeras, porém este concreto precisa de cuidados na sua confecção. Há muitas variáveis a serem consideradas como por exemplo, a sua cura rápida (aproximadamente 85 minutos), justificando a sua aplicação na recuperação de pisos industriais, local onde necessita-se rápida liberação. Logo, é essencial que seja produzida por profissionais competentes.
A utilização deste concreto no Brasil ainda é limitada porque a maioria das misturas utilizadas são importadas e há poucas pesquisas sobre o material, além de não haver normas técnicas direcionadas para a produção e caracterização do concreto modificado com polímero.
Ohama (2001) relata que no Japão as pesquisas estão voltadas para a adição do polímero de forma sustentável no concreto e argamassa, nas suas três categorias. Segundo o autor, a argamassa de resina epóxi sem iniciadores tóxicos, os polímeros em pó sem solventes, a reciclagem do PET (garrafa plástica de refrigerante) entre outros, já mostram que os compostos de concreto polímero podem ser materiais de construção altamente sustentável.
Referências Bibliográficas:
OHAMA, Y. Recent status of concrete polymer in Japan. In: INTERNATIONAL CONGRESS ON POLYMER IN CONCRETE, 7, 1992, Moscow, Proceedings. Moscow: V. V. Paturoev and R. L. Serykh, 1992. 769p. p. 26-42
STEINBERG, M. Concrete polymer materials and it's worldwilde development. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON POLYMERS IN CONCRETE, 1, 1973, Atlantic City. Proceedings. Detroit: American Concrete Institute, 1973. p.123-137, (ACI. SP, 40)
TEZUKA, Y. Concreto de cimento e polímero. São Paulo: ABCP, 1988. p. 26.
Barreira de proteção em rodovia danificada pelo efeito gelo-degelo
Créditos: Engª Naguisa Tokudome – Assessora Técnico Comercial Itambé
Jornalista Responsável: Rosemeri Ribeiro Mtb. 2696
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