19 de agosto de 2009 às 00:10
Por Julia Salce - ADS Assessoria de Comunicações
Para o presidente da Gutemberg Consultores, Gutemberg B. de Macedo, o interesse do chefe é sempre a utilidade do funcionário - uma transação puramente comercial como qualquer outra. "Se as pessoas não são capazes de agregar e adicionar valor aos negócios, todos os dias, estão preparando o terreno para a própria execução - a demissão", esclarece.
Para ele, no momento em que a relação do profissional com o chefe não o satisfazer mais, por qualquer motivo, como não atender as expectativas, não produzir os resultados esperados ou até mesmo o funcionário passar a representar uma ameaça a ambição de carreira do superior (ultrapassá-lo), é motivo para ser considerado carta fora do baralho. "Qual justificativa seu superior apresentaria para jogá-lo às piranhas? Você não sabe trabalhar em equipe, você não tem o perfil desejado pela empresa, entre inúmeros outros".
Por isso, Gutemberg de Macedo alerta os colaboradores que jamais devem subestimar a importância do superior, já que a próxima promoção, aumento salarial, aprovação de curso no exterior, transferência para a matriz (se trabalhar em empresa multinacional ou nacional de grande porte), depende da sua aprovação. "Se você é ambicioso e aspira conquistar postos mais elevados e com maiores responsabilidades, precisa convencer o seu chefe sobre sua real utilidade, para ele e para a organização", avisa.
E reforça: os profissionais não devem se deixar iludir com as palavras comumente proferidas pelo seu superior imediato, como: "Estou interessado no seu desenvolvimento e no avanço de sua carreira". Para ele, esse discurso, além de falido, é enganoso. Conheça alguns motivos:
• A gestão de sua carreira não deve ser confiada a ninguém. Você é o único agente responsável por ela.
• O gestor diz estar interessado em seu progresso, mas ele mesmo não é um bom exemplo e no final do dia pode ser demitido. Se você atrelou sua carreira a esse chefe, amanhã você poderá ser a próxima vítima.
• Quando seu superior imediato diz "Eu estou interessado em tornar sua carreira mais dinâmica, mais valorizada e mais visível na organização perante os a alta administração", ele simplesmente pode estar dizendo que está interessado em tornar a carreira dele mais valiosa aos olhos dos superiores.
• E, por último: sua relação com seu chefe é uma transação puramente comercial como qualquer outra.
O consultor garante que se desde o primeiro dia de trabalho o profissional não for capaz de demonstrar sua real utilidade, não chegará a lugar nenhum, mesmo que tenha uma boa formação acadêmica, fluência em vários idiomas, exposição internacional, entre outras exigências.
Gutemberg concorda que nenhuma empresa é obrigada a carregar um "peso morto", definido como um profissional com as seguintes características:
• Obsoleto e com mentalidade arcaica - medíocre em todos os sentidos.
• Apavorado, que se arrasta todos os dias para o trabalho.
• Incapaz de interagir no ambiente de trabalho de forma positiva e construtiva.
• Quando abre a boca é para falar mal do chefe, dos pares, dos subordinados e da própria companhia que lhe dá abrigo e trabalho.
• Inábil quando exposto a seus clientes, fornecedores e credores.
• Nunca é capaz de apresentar solução para os problemas de sua área. Muito pelo contrário, é um poço de problemas.
• Medroso por natureza e avesso a qualquer tipo de risco.
• E, por último, incapaz de definir com clareza seus pontos fortes.
Portanto, com o objetivo de manifestar e convencer o chefe sobre a sua utilidade, Gutemberg recomenda que os profissionais tomem as seguintes providências:
• Torne-se um aliado estratégico de seu chefe imediato. Seja verdadeiro e autêntico no seu relacionamento, por maior que seja a sua ambição. Ajude-o a crescer a novos postos na organização e certamente você o seguirá.
• Nunca partilhe os segredos de seus superiores. Ser confidente de um chefe não é favor e sim encargo.
• Avance a postos mais elevados em sua organização pelo mérito, pela excelência de seu desempenho, pelo respeito às políticas e procedimentos internos.
• Respeite seus superiores. Eles não são deuses, porém muitos deles gostam de ser tratados como deuses pagãos, gostam de oferendas.
• Jamais contrarie as decisões tomadas pelo seu chefe. Você tem todo direito de escolher a melhor maneira de executá-las, mas não tem o direito de modificá-las. Se o fizer poderá pagar altíssimo preço.
Nunca afronte um chefe, por mais incompetente que ele seja, a menos que você tenha o poder para destroná-lo. Caso contrário, você sairá ferido ou morto do embate.
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