Consumo de mineral diminui eventos cardiovasculares ligados a pressão alta
Segundo pesquisadores, o melhor é combinar baixa ingestão de sódio com alto consumo de potássio; risco cardiovascular diminui 50%
JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento do consumo de potássio, combinado à conhecida orientação de redução de sal, provoca melhores efeitos à saúde cardiovascular. É o que mostra um estudo publicado neste mês no "Archives of Internal Medicine", realizado com 2.974 pacientes pré-hipertensos.
Os pesquisadores analisaram a excreção de sódio e de potássio na urina dos pacientes para estabelecer uma relação entre a ingestão desses minerais e a ocorrência de eventos cardiovasculares relacionados à pressão alta, como infarto e acidente vascular cerebral. Os melhores resultados foram encontrados ao combinar baixa ingestão de sódio com alto consumo de potássio -nesse caso, as chances de o paciente desenvolver algum problema cardiovascular foi até 50% menor.
Ao avaliar somente a redução de sódio no organismo (sem aliar a maior consumo de potássio), os pesquisadores de cinco instituições dos EUA constataram que os participantes com baixa ingestão do mineral tiveram 20% menos risco de sofrer AVC ou infarto. "Outros estudos que mostraram a relação não apontavam um desfecho como esse. A importância é mostrar que a combinação aumenta a sobrevida e que seu efeito é mais forte do que um [único mineral] isolado", afirma o nefrologista Decio Mion, chefe da Unidade de Hipertensão do Hospital das Clínicas de São Paulo e conselheiro da Sociedade Brasileira de Hipertensão.
O potássio ajuda a promover a dilatação dos vasos e melhora o fluxo sanguíneo, explica o nefrologista Osvaldo Kohlmann, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Além disso, o mineral melhora a sensibilidade à insulina, o que pode ajudar pacientes que desenvolveram resistência ao hormônio.
Alimentação
As principais fontes de potássio são os alimentos ricos no mineral, como melão e tomate, e os sais que substituem o sal de cozinha convencional, conhecidos no mercado como "light". Nesses produtos, parte do cloreto de sódio é substituído por cloreto de potássio. "A vantagem está no fato de a pessoa comer menos sódio e, além disso, ingerir mais potássio, que também ajuda a controlar a pressão", diz Mion.
Para a nutricionista Isabela Pimentel, do setor de check-up do HCor (Hospital do Coração), a população geral deve aumentar o consumo de potássio, para que os níveis da pressão sanguínea se mantenham sempre constantes. Há restrição para pessoas com lesões nos rins: esses pacientes não devem elevar a ingestão do mineral para não sobrecarregar o órgão.
A nutricionista também afirma que o cálcio tem efeito semelhante ao do potássio no controle da pressão arterial. No entanto, contrapõe Kohlmann, os estudos ainda trazem resultados controversos.
RESUMO:
Segundo pesquisadores, o melhor é combinar baixa ingestão de sódio com alto consumo de potássio; risco cardiovascular diminui 50%
JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento do consumo de potássio, combinado à conhecida orientação de redução de sal, provoca melhores efeitos à saúde cardiovascular. É o que mostra um estudo publicado neste mês no "Archives of Internal Medicine", realizado com 2.974 pacientes pré-hipertensos.
Os pesquisadores analisaram a excreção de sódio e de potássio na urina dos pacientes para estabelecer uma relação entre a ingestão desses minerais e a ocorrência de eventos cardiovasculares relacionados à pressão alta, como infarto e acidente vascular cerebral. Os melhores resultados foram encontrados ao combinar baixa ingestão de sódio com alto consumo de potássio -nesse caso, as chances de o paciente desenvolver algum problema cardiovascular foi até 50% menor.
Ao avaliar somente a redução de sódio no organismo (sem aliar a maior consumo de potássio), os pesquisadores de cinco instituições dos EUA constataram que os participantes com baixa ingestão do mineral tiveram 20% menos risco de sofrer AVC ou infarto. "Outros estudos que mostraram a relação não apontavam um desfecho como esse. A importância é mostrar que a combinação aumenta a sobrevida e que seu efeito é mais forte do que um [único mineral] isolado", afirma o nefrologista Decio Mion, chefe da Unidade de Hipertensão do Hospital das Clínicas de São Paulo e conselheiro da Sociedade Brasileira de Hipertensão.
O potássio ajuda a promover a dilatação dos vasos e melhora o fluxo sanguíneo, explica o nefrologista Osvaldo Kohlmann, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Além disso, o mineral melhora a sensibilidade à insulina, o que pode ajudar pacientes que desenvolveram resistência ao hormônio.
Alimentação
As principais fontes de potássio são os alimentos ricos no mineral, como melão e tomate, e os sais que substituem o sal de cozinha convencional, conhecidos no mercado como "light". Nesses produtos, parte do cloreto de sódio é substituído por cloreto de potássio. "A vantagem está no fato de a pessoa comer menos sódio e, além disso, ingerir mais potássio, que também ajuda a controlar a pressão", diz Mion.
Para a nutricionista Isabela Pimentel, do setor de check-up do HCor (Hospital do Coração), a população geral deve aumentar o consumo de potássio, para que os níveis da pressão sanguínea se mantenham sempre constantes. Há restrição para pessoas com lesões nos rins: esses pacientes não devem elevar a ingestão do mineral para não sobrecarregar o órgão.
A nutricionista também afirma que o cálcio tem efeito semelhante ao do potássio no controle da pressão arterial. No entanto, contrapõe Kohlmann, os estudos ainda trazem resultados controversos.
RESUMO:
- Consumir 3 gramas de potássio /dia o equivalente a 400 gramas de vegetais/dia ( 3 porções de fruta + 1porção de grãos + 2 a 4 porções de verduras e legumes)
-I ngerir 1 grama de cálcio/dia que podem vir de 4 copos de leite ou 4 porções de iogurte ou 4 porções de queijo magro.
- Ingerir menos que 3 gramas de sódio/dia = a 6 gramas de sal/dia (2 colheres de café/dia)
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