24 de dezembro de 2008 às 00:10
Por Flávia Furlan Nunes - InfoMoney
"Em 2009, a maior parte das contratações vão ser de substituição, e não de abertura de novas vagas", afirmou o diretor geral da Robert Half, Ricardo Bevilacqua. O motivo para isso é claramente a crise financeira internacional.
Por isso, algumas habilidades devem ser buscadas em 2009 pelos executivos. A primeira delas é a flexibilidade. "Tem que trabalhar a capacidade de ver tudo o que está acontecendo no mercado". A dica é válida porque, diante da crise, qualquer detalhe que muda no cenário internacional pode fazer com que um projeto vá por água abaixo.
Outra habilidade que deve ser desenvolvida, de acordo com o diretor geral, é a capacidade de lidar com pessoas de outras culturas, algo que é válido não somente para um ano novo com crise, mas para a vida profissional. "Num possível período sabático forçado, a demissão, é interessante viajar para ampliar os horizontes".
Desafios
Bevilacqua aposta duas áreas que devem liderar as contratações em 2009, mesmo com um cenário de desafios, sendo a primeira delas a financeira, mas dentro de empresas. Controladores, contadores e pessoas para atuar com questões fiscais serão bastante requisitados.
"Quando pensamos na área financeira em 2008, muitas empresas perderam dinheiro, e agora estão buscando trabalhar a rentabilidade, sem arriscar o dinheiro em caixa. Por isso, os profissionais serão importantes".
Outra área que requisitará muitos profissionais será a de RH (recursos humanos), em que a demanda por parte das empresas será estratégica. "Muitas empresas começaram a demitir. Então, no médio prazo, vão contratar", explicou o diretor geral, sobre o momento em que o RH é fundamental. Estes profissionais deverão ter habilidades para atrair e reter talentos. "Pelo que a gente está vendo, essas áreas são as que vão demandar mais".
A área de engenharia também é promissora em 2009, de acordo com Bevilacqua, dependendo de quanto o governo irá investir em infra-estrutura. Na contramão, anda o mercado financeiro, principalmente no caso de profissionais que atuam em bancos de investimento, que foram os mais expostos à crise financeira global.
Diante de tudo isso, ficam três desafios para os executivos em 2009, sendo que um diz respeito à sua vida profissional, outro à empresa e um terceiro, ao comportamento com os demais:
- Controle emocional: muitos vão perceber que, mesmo estando num cargo de liderança, não conseguem controlar a própria carreira. Empresas tidas como sólidas irão demitir, porque tiveram que mudar suas estratégias com a crise. Uma pessoa que considerava há seis meses seu emprego seguro, hoje pode estar prestes a ser dispensada.
- Pensamento em produtividade: o executivo que, até setembro, pensava apenas em expansão de negócios, a partir de 2009 precisará focar em produtividade. Necessita criar uma estrutura em que diminua a "gordura", para ganhar mais velocidade e rentabilidade. "Os executivos procuravam muito crescer, mas não melhorando os processos".
- Capacidade de liderar as pessoas: como o caminho é de muitas incertezas, cabe ao executivo fazer com que as pessoas acreditem nele e na empresa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário