terça-feira, 28 de julho de 2009

Lições da melhor campanha publicitária da história


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Lembra daquele concurso para escolher o zelador de uma ilha paradisíaca na Austrália? Pensou em se candidatar à vaga? Se a sua resposta for positiva, você foi mais um dos que foram seduzidos pela melhor campanha publicitária da história.

Este ano, pela primeira vez nos 50 anos do festival de Cannes, o mais importante e tradicional do mundo, a campanha intitulada "O melhor emprego do mundo" ganhou o grand prix (prêmio máximo) em três categorias — marketing direto, cyber e relações públicas.

Com US$ 1,7 milhão, valor irrisório para o setor, a campanha da secretaria do turismo do estado australiano Queensland conseguiu respeitável repercussão mundial. Pessoas de 200 países diferentes interagiram com o site, que teve 500 mil votos online e 7 milhões de visitantes. Ao mesmo tempo, o Youtube recebeu 34 mil vídeos de candidatos à vaga, que gravavam apresentações e eram submetidos a julgamento popular.

Rohit Bhargava, colaborador da revista Fast Company e vice-presidente de estratégia online da agência Ogilvy, de Nova York, afirma que ao contrário do que parece, a razão do sucesso da campanha não está no produto divulgado, a vaga de zelador da ilha, mas na forma como as redes sociais foram usadas.

Após analisar a estratégia vencedora, Bhargava fez uma lista com seis lições que as pequenas e médias empresas podem aprender com a melhor campanha do mundo. Veja o que diz o especialista:

1 – Faça parecer factível

Muitos publicitários nunca divulgariam algo que não possa ser provado. Mas, será que a secretaria do turismo de Queensland pode provar que se tratava do melhor emprego do mundo? Não, eles não podem. Mas tornaram factível porque estavam divulgando um lugar maravilhoso e que se encaixa na definição de emprego dos sonhos de muita gente

2 – O quanto você gasta é irrelevante

Um dos benefícios das mídias sociais é que a repercussão ocorre em uma escala diferente da publicidade tradicional. O mais importante é ter algo relevante a dizer. Você precisa apenas de uma boa história para repercutir na internet

3 – O mais importante é focar no conteúdo, não na quantidade

7 milhões de visitantes é um número interessante, mas o mais importante da campanha vencedora foram os 34 mil vídeos de pessoas dizendo coisas boas sobre Queensland. Se somarmos os espectadores desses vídeos a longo prazo, o impacto da campanha é impressionante

4 – Crie uma razão para as pessoas interagirem

Outro elemento que deu certo foi o fato das pessoas poderem votar nos vídeos. Isso significou que após a gravação, os candidatos precisavam trabalhar na divulgação

5 – Não subestime o poder de criação dos internautas

Pesquisas indicam que entre 1% e 10% dos usuários das redes sociais criam conteúdo. No entanto, esse índice tem potencial de atingir um número de pessoas enorme. A criação de conteúdo pelos usuários pode ser uma arma secreta da sua próxima campanha

6 – Faça uma campanha duradoura

Uma das funções do escolhido para o cargo de zelador da ilha é atualizar um blog com notícias sobre o dia a dia das atividades. O vencedor postará também vídeos e imagens do local. Ou seja, a campanha ainda tem potencial.

Mancada da Pepsi

Ainda a respeito das campanhas publicitárias, o Wall Street Journal publicou nesta quinta-feira (23) matéria sobre a pisada na bola da PepsiCo na divulgação do Gatorade, a segunda bebida mais vendida da empresa em receita, atrás apenas da Pepsi-Cola.

Segundo a reportagem, a empresa lançou em janeiro uma enorme campanha de reformulação da marca nos Estados Unidos, que simplificou o rótulo da bebida para apenas "G". Comerciais de TV, anúncios impressos e online perguntavam aos consumidores "o que é G?" , ao mesmo tempo em que o tradicional símbolo do raio encolheu nas embalagens da bebida.

A ideia era fazer a marca ficar "descolada", mas o resultado foi desastroso. O volume vendido de bebidas da companhia na América do Norte caiu 6%, puxado pelo fraco desempenho do Gatorade, que perdeu uma fatia de 4,5% do mercado de isotônicos e teve queda no volume de 17,5% no primeiro semestre, período em que a campanha teve destaque.

Ontem, Indra Nooyi, a executiva indiana que comanda a empresa e já foi eleita algumas vezes  pela revista Forbes a mulher mais poderosa do mundo, teve que se justificar aos analistas. Em conferência, reconheceu que não deve alcançar a expectativa de vendas da bebida este ano e não soube dizer se aposta em uma recuperação. Além disso, afirmou que a empresa deve lançar outra campanha para a bebida, focada apenas nas pessoas que fazem exercícios.

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