quarta-feira, 22 de julho de 2009

Feedback, uma competência do líder

Por Isabel Piñeiro

A verdadeira razão de o feedback ser pouco praticado, seja nas organizações ou na vida em geral, é que, normalmente, tememos o que vamos ouvir, o que o outro realmente pensa a nosso respeito. Ficar apenas com nossa percepção sobre nós mesmos não é inteligente, mas nos parece mais seguro, pois assim permanecemos em nossa zona de conforto.

Feedback ou retorno são informações que buscamos sobre o resultado de nossas ações, é um processo de ajuda para a mudança de comportamento. Por isso, é natural recebê-lo, seja na conversa com amigos, na expressão facial de nossos filhos em resposta a uma ação nossa, etc. Entretanto, é necessário estar aberto ao processo para tirar proveito dele. Precisamos nos ater aos detalhes, pois, muitas vezes, eles são pequenos e quase imperceptíveis, por isso é importante aguçar nossa percepção.

Para saber receber um feedback, é preciso entender como se propicia um feedback construtivo para os demais, pois é nessa troca constante que podemos evoluir. Para tanto, precisamos exercitar a empatia, já que ela é a base do processo. Ao estarmos abertos e receptivos à opinião, crítica e sugestões do outro, aumentamos a possibilidade de que ele se comporte assim ao receber o feedback que passamos. É imprescindível dizer às pessoas, de maneira direta e transparente, quando suas atitudes estão incomodando. Confrontar e esclarecer torna nossa comunicação mais efetiva e eficaz.

Em uma das obras de Roberto Shinyashiki, li a história de dois velhinhos apaixonados, casados há mais de 50 anos, que foram comprar dois jazigos. Subitamente, o homem falou para a esposa: "Se eu morrer antes, você se incomoda de me enterrar do lado direito?". Então, sua companheira respondeu: "Não tem problema algum. Mas me diga, por que gostaria de ser enterrado do lado direito se você sempre dormiu do lado esquerdo? Você prefere o lado direito?". Ele sorriu positivamente e ela lhe falou: "¿Por que não me disse isso antes? Para mim, não faria diferença".

As pessoas compartilham uma vida inteira e não se conhecem. Nós não nos conhecemos profundamente, por isso é tão difícil conhecer o outro. E, muitas vezes, não nos conhecemos por falta de coragem ou motivação para mudar, pois ser protagonista de nossa história equivale a assumir todas as responsabilidades, seja sobre erros ou vitórias. Ao escolhermos esse papel, começamos uma jornada direta para uma melhoria nas relações, na comunicação e no processo de feedback.

O líder passa a assumir o papel de coach nas atividades profissionais ou pessoais a partir do momento em que se conhece e consegue cuidar de si, pois somente após isso ele consegue ter sucesso na condução de equipes de alta performance. E, quando me refiro a essas equipes, não falo apenas do trabalho e da empresa, mas da família, dos amigos, entre outros.

Fica a reflexão: ¿como estamos propiciando e recebendo feedback?

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