Por Karin Sato - InfoMoney
Com a crise internacional, as empresas estão analisando a necessidade de conter gastos e até mesmo cortar alguns investimentos. Por conta disso, muitas delas já estão demitindo.
Quem trabalha em organizações que estão sendo diretamente afetadas pela escassez de liquidez (dificuldade em transformar um ativo em moeda corrente) ou pela falta de crédito pode estar pensando: será que serei a bola da vez?
Uma pesquisa realizada pela Ipsos Global Public Affairs, que ouviu 22 mil pessoas de 22 países que respondem a 75% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, mostrou que, atualmente, o desemprego é a principal preocupação global, na frente até mesmo dos itens "pobreza e desigualmente social" e "crime e violência".
De acordo com o headhunter da Robert Wong, Renato Bagnolesi, algumas empresas estão reduzindo gastos porque o nível de produção estava muito alto. "O objetivo é reduzir o nível de produção, então é natural que haja cortes no operacional". Segundo ele, no topo da pirâmide hierárquica, o número de demissões é menor.
Generalista versus especialista
Para ele, no caso de posições de liderança, os profissionais tidos como especialistas - por serem mais técnicos - podem não sobreviver por muito tempo, se não desenvolverem uma visão global e não souberem gerenciar pessoas.
"Os profissionais tidos como técnicos podem ser mais afetados pela crise porque, até então, muitos deles tinham a função de cumprir com as metas de produção, que eram altas. Algumas vagas podem deixar de existir", avalia.
Na opinião de Bagnolesi, em um momento de crise, ter visão do todo pode ser uma habilidade estratégica, algo que, de fato, irá agregar à empresa em apuros, o que dá vantagem aos profissionais generalistas.
No entanto, o ideal é um equilíbrio, um misto entre generalista e especialista. Explica-se: é preciso ser bom no que faz, entregar o trabalho no prazo e com qualidade e, ao mesmo tempo, entender o que está acontecendo no mundo e no mercado no qual a empresa está inserida.
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