Em um de seus livros mais conhecidos, Ganhando Mais, da Editora Fundamento, Ian Brooks mostra que muitos líderes e empresas, quando pensam em aumentar seus lucros, focam todos os esforços no consumidor e acabam esquecendo de sua equipe, que é peça vital para o sucesso do empreendimento. Afinal, se você não cuidar de seus funcionários, quem vai cuidar de seus clientes?
"Consumidor é alguém que usa o produto ou serviço que uma empresa oferece. De acordo com essa definição, os consumidores primários dos empreendimentos são os colaboradores, que usam as políticas, instruções, sistemas e equipamentos que eles produzem. Por isso, cuide de sua equipe, pois ela vai tratar os consumidores como acredita que você a trata", explica Brooks.
Com base nesse raciocínio, os líderes se empenham em conhecer cada colaborador e entender suas necessidades. Também analisam a satisfação deles com a mesma freqüência com que verificam a dos clientes, pois possuem consciência de que a cultura, valores da empresa, estilo de liderança e sistemas de recompensa interferem diretamente na competitividade e resultados da organização.
Já parou para pensar quando e como seus consumidores olham para sua equipe? Você mesmo já deve ter feito isso ao se deparar com alguma empresa em que os funcionários nunca sorriem, não são gentis e sequer olham para os clientes.
Ian Brooks conta que, certa vez, viajou com uma das maiores companhias aéreas de Nova Zelândia, e a responsável pelo atendimento aos passageiros foi tão brusca e mal-humorada, que ele perguntou: "Você gosta de viver em sua casa e comer três refeições por dia?" Surpresa, a moça gaguejou que sim. "Então, é melhor você começar a gostar de me atender, porque nós, consumidores, estamos pagando por essas coisas. Tudo o que temos de fazer é andar cinco passos até o balcão do concorrente para achar alguém que esteja feliz em nos ajudar", advertiu Brooks.
Outro ponto importante é que os clientes esperam que os colaboradores conheçam os produtos e serviços e entendam como a empresa funciona para que possam auxiliá-los quando necessário. Sobre isso, Brooks lembra quando foi a um restaurante de frutos do mar na Austrália. Os vinhos eram excelentes e os consumidores podiam escolher o de preferência em uma grande geladeira com portas de vidro.
Naturalmente, alguns clientes ficavam na dúvida sobre qual pedir, como aconteceu com Brooks. Então, para que recomendasse um bom vinho branco, ele chamou o maître, que respondeu: "Não, eu não bebo vinho". Ora, ele não estava perguntando sobre seu gosto pessoal, mas se conhecia seu trabalho e os produtos que vendia. Um detalhe importante é que esse maître trabalhava no restaurante há 12 anos.
Essas histórias chocam você? Então, pare, olhe e pense: sua equipe está satisfeita e demonstra isso aos consumidores com gentileza, prestatividade e competência? Caso a resposta seja negativa, está na hora de transformar seus funcionários em pessoas de negócios. Afinal, colaboradores pensam em seus empregos, enquanto pessoas de negócios em criar valores para o cliente.
Cleverson Uliana
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