terça-feira, 18 de julho de 2017

¿Por que é importante celebrar os bons resultados?

Está na história humana. Celebrar foi sempre importante para quem vencia uma guerra, fazia uma bela colheita ou realizava uma lucrativa negociação comercial.

Porque celebrar define ritualmente que o objetivo foi alcançado. Registra na memória coletiva o caminho do acerto e a fórmula para superar as pedras no meio do caminho.

Aprendi sobre esse fenômeno da forma mais singela, no ambiente do boteco do meu pai, que citei no artigo da semana passada.

Na década de 1960, o meu Santos ganhava quase tudo, com seu fantástico esquadrão, aquele de Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Assim, a festa na capital paulista era grande quando algum outro time obtinha uma conquista relevante.

Na época, o clube que geralmente tinha esse gostinho era o Palmeiras. Quando o alviverde triunfava, seus torcedores se encontravam para comentar os lances da partida e comemorar. Nessas ocasiões, consumiam bastante, sobretudo cerveja e petiscos.

Meu pai avaliava atentamente aquele fenômeno e percebia que gerava impacto nas vendas de seu modesto negócio. Assim, por analogia, decidiu que, ao final do ano, tinha que celebrar seus bons resultados com os clientes.

E o que ele fazia? Preparava um coquetel cuja fórmula ninguém decifrava. Eu via que tinha cachaça, vermute e outras bebidas que eu não conseguia identificar.

Quando o cliente chegava, meu pai botava sobre o balcão um copo com sua saborosa invenção e pronunciava sua breve saudação: "feliz Natal, feliz Ano Novo".

Tempos depois, meu pai vendeu o bar e comprou uma mercearia. Ali, também celebrava suas conquistas. Quando o freguês de caderneta pagava as compras do mês, ele o presenteava com uma lata de goiabada ou um queijinho de minas.

Certa vez, em Madri, perguntei a Jack Welch, o executivo que revolucionou a General Electric, como ele fazia para liderar e motivar mais de 400 mil funcionários. Eu aprendera que essa era a parte mais difícil de qualquer negócio.

Welch me respondeu de forma simples: "Julio, as pessoas compõem a parte mais fácil de um negócio". Espantei-me e pedi mais detalhes.

E ele resumiu sua filosofia: "a regra é desafiar, remunerar e celebrar". Com o tempo, comprovei a razão daquelas palavras.

Quer resultado? Desafie! O colaborador entrega? Pois, remunere! Mas nunca se esqueça de celebrar, porque o dinheiro vai para o bolso e a celebração vai ao coração.

O coquetel, a goiabada e o queijo do Seu José Julio simbolizavam a gratidão, o júbilo pelo objetivo alcançado. Era uma forma de celebrar a fidelidade, a lealdade e a mágica transformação do cliente em freguês.

E, você, de que maneira tem festejado suas vitórias? De que maneira tem compartilhado esse contentamento com seus fornecedores, com seus sócios, com seus colaboradores, com seus investidores, com sua comunidade?

Pense nisso, para além do marketing, porque negócios existem também para gerar alianças, satisfação e felicidade.

Afinal, a teoria, na prática, funciona!
Carlos Júlio é professor, palestrante, empresário e escritor. 

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